quarta-feira, 1 de junho de 2011

Perdão

Faz tempos que não escrevo.
Andei silencioso.
É bom ficar quieto uns tempos, eu especialmente adoro.
Hoje vou falar de perdão e desculpas.
Não sou tão capaz, teria que estar acima. Mas estou junto. Junto de quem se engana.
Eu me engano.
Incontáveis vezes falei o que era pra calar. Por bem, calei muitas vezes o que nem precisava ser dito, de fato.
É a música da Madonna: "Please, don't say you sorry".
Não peço mais tantas desculpas, em contrapartida. Equilibra mais a balança.
E acredito piamente em uma coisa:
Se aponto seus defeitos e você os vê, de que me serve se não abro uma segunda chance?
Quando me acusaram e eu reconheci meus tropeços, busquei refúgio e encontrei portas fechadas. Quando isso aconteceu aprendi tal lição.
De que valeu?
Toda acusação vazia é má e burra.
Fique com ela quem a fez, por que para mim não serve.
Vou treinar o perdão.
O perdão é a resposta.
Mas adianto: não é regra!!
Há quem busque- e encontre- por outras fontes suas próprias respostas.
Eu to na minha.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Lobo em Pele de Cordeiro

É o mentiroso.
É a mentirosa.
São os bons santos, que sorriem com a boca cheia de dentes.
São os de moral inabalável, de fé indescritível.
São os de qualidades irretocáveis, de múltiplos dons inigualáveis.
São os melhores amigos, os amantes incomparáveis, os maridos perfeitos.
São as esposas honoráveis, rainhas do lar.
São os sem-defeitos.
São as jóias raras.
Os meninos de ouro.
São a mentira dos séculos.
Vinde à mim os imperfeitos, que nesses eu acredito mais.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Trilha

Queria saber se vou ou se fico.
Se mudo os planos ou deixo as coisas como estão.
Saber se gasto comprando ou guardo poupando.
Mas sou uma só coisa certa: perguntas.
Queria te dar um beijo e saber da sua vida, ou não.
Seguir à distância porque não vejo porquês.
Mas ao procurar porquês me vejo a fuçar o vazio, onde não se acham respostas.
Ao fuçar o vazio me dou conta, faz sentido "procurar sentido" ou deixar-se sentir?
E no vazio, você estará lá ou estará nas páginas que foram viradas, apenas na lembrança, que de tão viva é quase o dia- a -dia?
Pois o que dorme comigo e acorda, não é presença, ainda que ausente?
Como o monstro dos pesadelos, ele existe ou não? Porque existiu até que eu acordasse e ao despertar é etéreo, embora ainda pulse acelerado o coração e escorra o suor pelo pescoço.
Assim vivemos, eu e as dúvidas.
Assim repousamos, eu e as certezas.
Lembrando da frase do Antônio Cícero: "Talvez o fim, não seja nada, que a estrada seja tudo".
Então, estando na estrada, está tudo certo.
E sei lá eu os caminhos a percorrer, seguimos sem mapas, desafiando as trilhas e ora sim, ora não, fincando uma bandeirinha aqui e ali no cume de alguma montanha vencida.
Em silêncio, olhando do alto a paisagem.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sobre envelhecer...

Esses dias andei olhando pra trás.
Escrevi cartas que faltavam, dei telefonemas que eram necessários, fiz agradecimentos que demorei demais, dividi responsabilidades que carreguei muitos anos sozinho, tentei diminuir injustiças cometidas por orgulho ou inexperiência.
Foi bom, libertador e para minha surpresa, todas as respostas que recebi, as boas e as más, me serviram. Me responderam. Trouxeram-me paz. Sem surpresas. Quem me amava, amava mesmo, quem me iludia, era mesmo uma mentira. Gostei. Jogo limpo.
Nessa mesma onda acabei escutando discos antigos, lendo livros com dedicatórias de décadas atrás e fotos que me fizeram ora relembrar, ora querer esquecer. Mas que constituiram partes do eu que hoje sou.
Esse eu que beira 41 anos e não se importa com o fato, mas me importo como e onde me colocar nessa altura do campeonato.
Não é mole não.Mas é absolutamente natural e de tão natural chega a ser desejável, há algo de bálsamo, de preocupações que se vão, de valores que se reavaliam em nome de outros mais simples e menos presunçosos.
Há rugas indesejáveis, uns grisalhos meio teimosos demais, umas cismas de gente madura...mas ainda assim, tudo tão natural.
Nesse miolo todo, me reencontrei com uma artista que amava na adolescência, Marina Lima. Ela que passou uma grande crise emocional, deixou de gravar discos, perdeu a voz, mudou o tom. E ouvi os discos e vi os vídeos e entendi: Marina envelheceu. Mais que eu, ou melhor, antes que eu.
Como poderia se esperar que cantasse com o mesmo timbre, as mesmas canções, o mesmo figurino? Era claro que ela precisava desse processo tanto quanto eu, ou outra pessoa que vê e sente o tempo passar, as mudanças que se dão, os valores que se alteram...e entendi tudo. E voltei a amá-la pela coragem. Pela ousadia, que sempre foi sua marca. Aos mais de 50 anos, ela vai continuar sendo a "Garota de Ipanema"? Não! Ela é madura e vai falar das dores e alegrias de seu tempo, vai dançar e cantar para uma mulher de sua idade, vai vestir o figurino que a valoriza no tempo em que está, mas sem virar uma careta chata, ou uma ultrapassada artista que ficou lá nos anos 80.
Sabe, Marina, você voltou a falar pro meu coração e me mostra que dá pra ser linda e sexy aí, onde se está, nem mais pra frente, nem mais pra trás.
De repente, percebi "sem mais rodeios, as outras cores entre o céu e o chão: achava que existisse só o vermelho, que o mundo fosse feito só de ação...tem tanto mais pra dar vazão..."
Tá tudo dito.
Estamos aí, 40, 50, 60, 100...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Reformas

Hoje vamos reformar a casa.
Passar tinta nas paredes descascadas pelo descaso.
Encerar o chão gasto de andar em círculos.
Limpar as vidraças embaçadas das marcas de nosso olhar distante.
Varrer os cantos, onde escondemos os piores medos.
Mudar alguns móveis de lugar, para não vermos mais as mesmas coisas.
Trocar os pratos e os copos e as companhias para o almoço e o jantar.
Comprar toalhas novas para enxugar outro corpo.
Trocar as mudas de lugar para que refloresçam.
Jogar finalmente aqueles velhos cacos guardados fora, de uma vez por todas.
Polir bem os espelhos, para ver o sorriso estampado no rosto.
E jogar um ótimo aromatizador pela casa toda, com cheiro de novidade.
Agora é só abrir as janelas e deixar o sol entrar, cantarolando uma musiquinha enquanto espera o novo que já vai chegar...

terça-feira, 13 de julho de 2010

O oposto do amor...

Tava lendo hoje uma frase de um blog chamado "Vigilantes da Auto-estima"...já gostei de cara do nome do blog.
Tem vigilantes do peso, vigilantes das drogas, vigilantes da birita, vigilantes do sexo, de cigarro, de quase tudo. Aliás tem gente fazendo vigílias demais!!
Adorei os vigilantes da auto-estima!
Lá dizia que : "O oposto do amor é o egoísmo ( não o ódio ) ."
Sen-sa-cio-nal!
Adorei isso! É verdade! Pensem bem...deixem a questão ser refletida...
O oposto do amor é o desamor.
O oposto do amor é o egoísmo, mesmo.
EGO-ismo.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Plágio

Hoje não serei original em nada.
Mas, serei generoso.
Li esse belo poema no perfil do Orkut de uma amiga e divido com vocês.
Plagiei o Orkut da Anna, plagiei o poema do Quintana, mas ok, serei perdoado...dividir beleza e tocar emoções é um bom motivo para tantas "transgressões".

EPÍLOGO

Não, o melhor é não falares, não explicares coisa alguma. Tudo agora está suspenso. Nada aguenta mais nada. E sabe Deus o que é que desencadeia as catástrofes, o que é que derruba um castelo de cartas! Não se sabe... Umas vezes passa uma avalanche e não morre uma mosca...Outras vezes senta uma mosca e desaba uma cidade.

Mario Quintana