terça-feira, 21 de setembro de 2010

Trilha

Queria saber se vou ou se fico.
Se mudo os planos ou deixo as coisas como estão.
Saber se gasto comprando ou guardo poupando.
Mas sou uma só coisa certa: perguntas.
Queria te dar um beijo e saber da sua vida, ou não.
Seguir à distância porque não vejo porquês.
Mas ao procurar porquês me vejo a fuçar o vazio, onde não se acham respostas.
Ao fuçar o vazio me dou conta, faz sentido "procurar sentido" ou deixar-se sentir?
E no vazio, você estará lá ou estará nas páginas que foram viradas, apenas na lembrança, que de tão viva é quase o dia- a -dia?
Pois o que dorme comigo e acorda, não é presença, ainda que ausente?
Como o monstro dos pesadelos, ele existe ou não? Porque existiu até que eu acordasse e ao despertar é etéreo, embora ainda pulse acelerado o coração e escorra o suor pelo pescoço.
Assim vivemos, eu e as dúvidas.
Assim repousamos, eu e as certezas.
Lembrando da frase do Antônio Cícero: "Talvez o fim, não seja nada, que a estrada seja tudo".
Então, estando na estrada, está tudo certo.
E sei lá eu os caminhos a percorrer, seguimos sem mapas, desafiando as trilhas e ora sim, ora não, fincando uma bandeirinha aqui e ali no cume de alguma montanha vencida.
Em silêncio, olhando do alto a paisagem.

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