Essa semana assisti Crepúsculo.
Como sempre faço, espero passar o frisson desses lançamentos muito badalados para poder assistí-los mais tarde, quando toda sorte de comentários já foram feitos e , geralmente, já está sendo lançada a versão II, III ou IV de cada título.
(Lembro que quando assisti Titanic, Leonardo di Caprio já tinha feito mais uns dois ou três outros filmes...rs)
Em Crepúsculo, os atores são lindos, o que por si só já serviria para mim como justificativa, afinal, é pura diversão, certo? Ninguém espera tirar grandes lições filosóficas de um filme de vampiros.
Mas aí que está!
O filme falou para mim o tempo todo em aceitação das diferenças!
Em sedução pelas diferenças, em superação das diferenças.
A atmosfera chuvosa e meio cinzenta da locação é linda, deliciosamente melancólica, faz pensar que há pessoas que gostam disso, que preferem mesmo fugir do sol eterno, que há um lado de nós que é mesmo indoor , intimista, mais observador, que isso não nos deixa taciturnos, nem tristonhos. Há "dias de chuva" na vida de todos nós, afinal. É nos dias de chuva que os livros são mais lidos, que os cafés são mais aromáticos e os gatos são mais quentinhos. Nos dias de chuva um bom filme no DVD nos põe a pensar...
No filme, os "diferentes" são os vampiros, claro, o que poderia ser mais incomum?
Mas são diferentes não porque viram poeira se expostos ao sol, ou cospem fogo quando mordem um dente de alho.
São diferentes porque fizeram escolhas que vão contra sua própria natureza sobrenatural e vivem de acordo com suas convicções, apesar do que ela possa custar.
Há muito o que pensar sobre isso.
Em momento algum o protagonista esconde da mocinha sua natureza, chega a temer por ela e mesmo a alertá-la sobre si mesmo, sua fúria, ainda que controlada, não foi negada.
E ela, diante da verdade, teve a nobre opção da escolha.
Para mim, aí, nesse ponto, o filme ganhou pontos.
Não negar nossas fúrias, nem nossa natureza qualquer que seja ela, mas olhar de frente e saber fazer suas escolhas. Responder por elas, saber que perde-se e ganha-se de todos os lados, como vampiros ou vítimas, tanto faz.
Não esconder do outro quem somos nós, mas polir, lapidar e aceitar que pedra não se comporta como madeira, nem o fogo é como a água.
Nem vampiros são humanos, e, no caso de Crepúsculo, nem desejam mesmo ser.
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Antes um lindo e sincero vampiro, mesmo que com possíveis ataques de fúria, do que um gentil e mentiroso Mr Ripley. Se vc ainda não viu o filme, veja e entenderá: "O talentoso Mr Ripley". Loviu!
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